Naquela noite longínqua, minha
mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas defronte ao
meu pai. Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o
fato. Tudo o que meu pai fez, foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e
me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.
Eu não me lembro do que
respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com
manteiga e geleia e engolindo cada bocado. Quando eu deixei a mesa naquela
noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada. E eu nunca
esquecerei o que ele disse:
"
- Amor, eu adoro torrada queimada..."
Mais tarde, naquela noite,
quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha
realmente gostado da torrada queimada. Ele me envolveu em seus braços e me
disse:
" - Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho
muito pesado e estava realmente cansada... Além disso, uma torrada queimada não
faz mal a ninguém. A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são
perfeitas. E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro!"
O que tenho aprendido através dos anos é que saber aceitar as falhas
alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros, é uma das chaves
mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.
Essa é a minha oração para você
hoje.
Que possa aprender a levar o
bem ou o mal os colocando aos pés do Espírito Santo. Porque afinal, ele é o
único que poderá lhe dar uma relação na qual uma torrada queimada não seja um
evento destruidor."
De fato,
poderíamos estender esta lição para
qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos,
colegas e com amigos.
Não ponha a chave de sua
felicidade no bolso de outra pessoa, mas no seu próprio. Veja pelos olhos de
Deus e sinta pelo coração dele; você apreciará o calor de cada alma, incluindo
a sua.
As pessoas sempre se esquecerão
do que você lhes fez, ou do que lhes disse. Mas nunca esquecerão o modo pelo
qual você as fez se sentir.
(Autor desconhecido)